sábado, 2 de fevereiro de 2008

Pedra na Vesícula, o que é ?


CÁLCULO BILIAR (PEDRA NA VESÍCULA)


Para entender a natureza dos cálculos é útil conhecer a anatomia da vesícula e dos canais biliares. A vesícula é um órgão em forma de pêra que está abaixo do fígado no lado superior direito do abdômen. O fígado produz bile, um líquido amarelo necessário para ajudar na digestão de gorduras. Os ductos ou tubos, levam a bile do fígado para a vesícula, que se contrai periodicamente para lançar a bile dentro do intestino.


COMO FORMAM AS PEDRAS?


A bile é composta de uma variedade de substâncias, incluindo colesterol, sais biliares e certos pigmentos. A vesícula absorve a água da bile causando a sua concentração. Em algumas pessoas formam finos cristais de colesterol e pigmentos. Esses cristais crescem gradualmente até formar uma ou centenas de pedras. Cerca de 80% das pedras são compostas de colesterol e o restante são feitos de pigmentos, sais biliares e outras substâncias.


QUEM DESENVOLVE PEDRAS?


É mais freqüente em nosso meio a mulher, acima de 40 anos com filhos e obesa. A proporção no sexo masculino é menor. A perda rápida de peso produz pedras em algumas pessoas. A hereditariedade, idade, dieta e gravidez são provavelmente fatores importantes no desenvolvimento das pedras.


SINTOMAS


Muitos pacientes com pedras não tem sintomas. Cerca de 50% dos pacientes eventualmente experimentam um dos seguintes sintomas: - Cólica: A dor da cólica usualmente ocorre após a alimentação quando a vesícula se contrai. É freqüente também na alta madrugada. Durante a contração a saída da vesícula é obstruída por uma ou mais pedras, ou mesmo na saída para o intestino. Esta situação causa uma dor intermitente freqüentemente forte, que é sentida na região do estômago ou mesmo no lado superior direito do abdômen. A cólica pode ser de poucos minutos ou por várias horas. - Inflamação da vesícula: Ocasionalmente, as pedras irritam a vesícula provocando uma inflamação. Esta condição produz uma constante e severa dor na parte superior direita do abdômen. É conhecido como colecistite aguda. É uma condição séria. - Icterícia: Quando a pedra aloja-se na saída principal para o intestino, o fluxo da bile é bloqueado e não pode alcançar o intestino. Há uma volta da bile para o sangue. A pele torna-se amarelada, a urina escura e as fezes esbranquiçadas. - Outros sintomas: As pedras são freqüentemente acusadas de provocar indigestão, náusea e intolerância a alimentos gordurosos. Entretanto muitas pessoas que apresentam estes sintomas, não tem as pedras. Portanto o médico nem sempre está seguro de ser as pedras a causa desses sintomas.


DIAGNÓSTICO


O médico ou mesmo o paciente pode suspeitar a presença de pedras, simplesmente pelos sintomas. Um ultra-som é o exame mais adequado pela simplicidade, rapidez e pelo baixo custo. Outro fator importante é a inexistência de contra indicação. Neste exame ondas sonoras são dirigidas para dentro da vesícula mostrando a anatomia e a presença ou ausência das pedras.


TRATAMENTO


Como muitos pacientes com pedras não desenvolve sintomas, atualmente é controverso se há ou não indicação de tratamento. Quando o tratamento é indicado envolve um dos seguintes:- Cirurgia laparoscópica: Esta técnica é o tratamento de escolha para a grande maioria dos pacientes. São realizadas 4 a 5 pequenas incisões no abdômen. Uma microcâmera é inserida em um deles e nas outras incisões são colocadas as pinças necessárias para separar a vesícula do fígado. A vesícula inteira e as pedras são retiradas por um dos orifícios. Com esta técnica, o procedimento é mais confortável, baixa permanência hospitalar, baixo risco de infecção e condição estética agradável.- Cirurgia tradicional: No passado era o tratamento de escolha. Com esta cirurgia é feito uma incisão de 10 a 20cm no lado direito do abdômen e a internação é de 3 a 6 dias. Há situações em que este tipo de cirurgia é necessária. - Dissolventes de pedras: Há drogas disponíveis que dissolvem as pedras de colesterol. A completa dissolução dos cálculos, quando ocorre, leva de 6 meses a 2 anos. Sendo o tratamento de manutenção necessário. Como dificuldade há o custo do medicamento, e alta taxa de retorno das pedras. Pela simplicidade e rapidez da cirurgia laparoscópica, esta técnica é hoje de longe a mais comumente usada. O organismo funciona normalmente sem a vesícula.


PREVENÇÃO


Há atualmente certas recomendações de como prevenir os cálculos: - Fortes evidências: Manter o peso ideal mas não perder mais de 1 quilo e meio por semana. - Baixas evidências: Aumento de fibras vegetais, vitamina C e café. Adicionalmente atividades físicas parecem Ter um valor de proteção.


RESUMO


A pedra na vesícula é uma desordem comum e freqüentemente não causa sintomas. Entretanto eles podem produzir dor severa, e sérias complicações que requerem uma abordagem adequada. O objetivo é evitar situações de complicações clínicas (pancreatite, bacteremia, etc.) e cirúrgicas. Para as pedras sintomáticas, a cirurgia laparoscópica é a mais comumente usada embora outras formas de tratamento são disponíveis.