sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Pedra na vesícula e seus terríveis incômodos


O nome é pouco conhecido: colelitíase. Muitas pessoas podem estranhar se souberem que esta doença afeta incríveis 20% da população.

No entanto, ao conhecerem seus apelidos: pedra na vesícula ou cálculos biliares, lembrarão de imediato.

É que o distúrbio é responsável por boa parte dos atendimentos nos consultórios de doenças digestivas.

Muito embora o tratamento do problema dependa necessariamente da realização de uma operação de retirada da vesícula, modernas técnicas cirúrgicas tornam essa uma medida bastante simples.

A vesícula é um dos órgãos que compõem o aparelho digestivo do corpo humano. Ele tem a função de armazenar a bílis, que é produzido no fígado. “O órgão expulsa a bílis e auxilia na digestão das gorduras, principalmente”, esclarece o cirurgião Mário Toscano.

Por seu lado, a vesícula com cálculo não executa corretamente a sua função excrecional. “Assim que ela é estimulada, esses cálculos começam a se movimentar dentro da vesícula, às vezes são expelidas, promovendo uma inflamação, um processo obstrutivo, causando dor, vontade de vomitar, empachamento e vários outros sintomas”, salienta o médico.

As pedras na vesícula atingem, principalmente, as mulheres por questões hormonais, mas não é exclusividade do sexo frágil. A proporção é de quatro mulheres para cada homem na faixa etária reprodutiva, mas com a idade, esta proporção vai diminuindo, chegando a quase igualar entre os idosos.

Embora não se saiba com certeza quais são as causas do distúrbio, o certo é que são mais freqüentes em mulheres com mais de 40 anos, que tiveram muitos filhos, com excesso de peso e diabéticas.

Alimentos gordurosos

Segundo o cirurgião do aparelho digestivo Eduardo Akaishi, as pedras que se depositam na vesícula normalmente são formadas pela desproporção dos componentes da bile (líquido produzido pelo fígado, que auxilia na digestão dos alimentos, principalmente dos gordurosos), como o colesterol, fosfolipídeos e sais biliares.

“Há dois tipos de pedras: pigmentadas (bilirrubinas, de coloração negra) e as de colesterol (coloração amarelada), que são mais comuns, manifestando-se em cerca de 80% dos casos”, explica Akaishi, fazendo questão de ressaltar que a formação do cálculo de colesterol não tem nenhuma ligação com as taxas de colesterol no sangue.

A maioria dos portadores da pedra na vesícula não faz idéia de que possui o problema, pois 80% dos doentes não têm nenhum tipo de sintoma. Já os outros 20% podem apresentar dor, vômito e icterícia (pele e olhos amarelados como na hepatite).

“A ingestão de alimentos gordurosos pode desencadear as crises dolorosas em quem é portador de pedra na vesícula, mas não tem nenhuma influência na formação das pedras”, esclarece o especialista.

Alguns fatores favorecem a formação de pedras como o excesso de peso e de calorias ingeridas, predisposição genética, idade, paridade, longos períodos de jejum e pessoas que passaram por cirurgia do intestino ou estômago.

Cirurgias em 90% dos casos

É importante lembrar que, embora seja raro, o câncer de vesícula biliar pode ocorrer em pacientes que sofrem de colelitíase. De acordo com os especialistas, não há comprovação científica de que as pedras possam induzir ao câncer.

Então, quando se retira a vesícula é importante observar o exame microscópico da vesícula para assegurar que não existe nenhum tipo de lesão ou algum tumor já instalado.

“O tratamento pode ser cirúrgico ou com medicamentos que ajudam a dissolver as pedras, sendo o último procedimento atualmente em desuso pela pouca eficiência”, afirma Akaishi. A melhor forma de tratamento é a cirurgia em que a vesícula é retirada junto com as pedras.

O procedimento é rápido, varia de 30 a 60 minutos, e no outro dia o paciente tem alta hospitalar. O único cuidado nos primeiros dias é com a alimentação que deve ser controlada com refeições leves.

Como a vesícula biliar armazena a bile e a joga no intestino somente quando há necessidade, com a sua retirada o próprio fígado se encarrega de enviar o líquido digestivo.

Mesmo com o tratamento avançado, as pessoas podem prevenir as complicações da doença. As principais atitudes são não exceder o peso, evitar longos períodos de jejum, realizar exames de ultra-sonografia abdominal sempre que necessário e consultar um especialista após os 40 anos de idade, principalmente se há casos de pedra na vesícula na família.

Inimigos da vesícula

Alimentos que devem ser consumidos com moderação

>> Carnes gordurosas
>> Queijos amarelos, requeijão, leite integral
>> Biscoitos, pastéis, pães folhados
>> Embutidos, como lingüiça e salames
>> Ovos fritos
>> Manteiga, maionese
>> Amendoim, castanha-do-pará
>> Bebidas alcoólicas

Agora, os amigos

>> Frutas
>> Carnes magras, peixes
>> Alimentos fibrosos
>> Pão e arroz integral
>> Leite desnatado
>> Café, chá, sucos de frutas
>> Mel, Iogurte e coalhada

5 comentários:

  1. fiz a cirurgia retirei calculos e continuo sentindo senssação de estomago pesado

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  2. Mayara, eu fiz a cirurgia e me sinto muito bem, sugiro que procure seu médico

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  3. Passei pelo processo cirurgico ,estou me sentido bem Só a minha barriga está muito inchada.

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  4. Isso é normal nos primeiros dias após a operação

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  5. operei da vesícula a 3 anos na maiorias das vezes que eu bebo uma cerverjinha sinto fortes dor acompanhado de vomito que nao para como se a vesícula estivesse no luga.Porque isso acontece?

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