Litotricia: os cálculos são fragmentados com litotritores através de ondas de choque. O sucesso da técnica depende de várias factores ( cálculos pequenos, número de ondas de choque, terapêutica adjuvante com ácido ursodesoxicólico etc.). Como a vesícula não é tirada, 7% das pessoas ao fim de um ano já tem cálculos e 30% ao fim de 5 anos. Também as indicações desta técnica são restritas.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Tratamento dos cálculos da vesícula
Litotricia: os cálculos são fragmentados com litotritores através de ondas de choque. O sucesso da técnica depende de várias factores ( cálculos pequenos, número de ondas de choque, terapêutica adjuvante com ácido ursodesoxicólico etc.). Como a vesícula não é tirada, 7% das pessoas ao fim de um ano já tem cálculos e 30% ao fim de 5 anos. Também as indicações desta técnica são restritas.
Complicações dos cálculos da vesícula ( Colecistite - Coledocolitiase)
Na colecistite aguda a dor pode ser acompanhada de náuseas e vómitos. A análise ao sangue mostra um aumento dos glóbulos brancos. A colecistite aguda sem ser causada por cálculos ( Colecistite Acalculosa ) pode acontecer mas é pouco frequente.
Quando o cálculo atravessa o canal cístico e atinge o colédoco ( coledocolitiase ) pode não causar sintomas, pode causar dor, pode provocar icterícia e, se houver evolução para infecção ( colangite ) aparece febre. O cálculo também pode ficar livre no colédoco, sem ficar encravado, e causar icterícia intermitente. Mas o cálculo também pode atravessar o colédoco e atingir o intestino delgado sem causaralterações, ou causar apenas
ligeiros sintomas e ligeiras alterações bioquímicas, ou pode causar pancreatite ou, pode até acontecer que o cálculo depois de passar o colédoco vá obstruir o intestino delgado ou saia livremente pelo ânus. Compreende-se do que fica dito que, é possível, a um cálculo que estava na vesícula desaparecer sem dar-mos por isso: atravessou o cístico, o colédoco, entra no intestino e sai com as fezes. Alguns "chás miraculosos" é assim que "desfazem" miraculosamente os cálculos!!!
Tratamento das complicações da litiase:
Colecistite aguda - o ideal é realizar a operação durante o internamento hospitalar e não guardar para depois.
Colecistite crónica com cólica biliar típica.
Coledocolitiase - CPRE e esfincterotomia: A esfincterotomia foi introduzida em 1974 e tornou-se no método de escolha da litíase da via biliar principal ( colédoco ).
Se o doente tem cálculos na vesícula e no colédoco faz-se esfincterotomia e depois colecistectomia.
A CPRE e esfincterotomia é realizada há anos no Serviço de Gastrenterologia do Hospital Distrital de Faro por médicos e enfermeiros treinados nesta técnica.
Como se faz o diagnóstico da litiase ?
A Colecistografia oral tem hoje indicações limitadas.
Além das técnicas de imagem as análises ao sangue são indispensáveis na clarificação do diagnóstico.
Como se manifesta a cálculose da vesícula e das vias biliares ?
Na imagem, ao lado, observam-se em esquema as três situações mais frequentes associadas à litíase da vesícula: |
Na maior parte dos casos a litíase da vesícula é descoberta por acaso, porque se fez uma ecografia motivada por sintomas que nada têm a ver com a vesícula:
- porque se tem azia ou regurgitação causada pela Doença do Refluxo Gastro-esofágico
- porque se tem dificuldade em fazer a digestão ou náuseas ou vómitos ou dor do estômago ou enfartamento causados pela Dispepsia Funcional
- porque se tem dor na parte alta do abdómen causada por úlcera do estômago ou úlcera duodeno
- porque se tem dor no abdómen ou distensão ou diarreia ou obstipação relacionada com o Síndrome do Intestino Irritável.
Quando a ecografia feita por estes motivos mostra pedras na vesícula e é indevidamente operada, os sintomas geralmente reaparecem depois da operação porque, a causa dos sintomas,era uma doença do esófago ou do estômago ou do intestino e não as pedras da vesícula.
A cólica biliar geralmente localiza-se na parte alta e direita do abdómen e persiste durante algumas horas. A dor continua e diária na parte alta do abdómen é, pouco provável, que seja causada pela litíase.
LITÍASE DA VESÍCULA E VIAS BILIARES
A ecografia mostra que entre 10 a 15% da população mundial tem pedras na vesícula (litíase da vesícula e calculose da vesícula são maneiras diferentes de dizer a mesma coisa, litus em latim significa rocha e calculus em latim significa pedra pequena).
Cerca de 85% das pessoas com pedras na vesícula não têm sintomas ( litíase assintomática ) e não necessitam de tratamento. Se as pedras causarem cólicas repetidas a vesícula com as pedras deve ser tirada pelo cirurgião. Esta cirurgia chama-se colecistectomia.
Por vezes, a vesícula com cálculos inflama (colecistite aguda) e a cirurgia pode ter que ser feita de urgência. Se a pedra sai da vesícula e se encrava no canal colédoco dá origem a uma coledocolitiase que pode causar pancreatite ou colangite.