domingo, 17 de janeiro de 2010

O fato de se retirar a vesícula não afeta o funcionamento do fígado ou do intestino?

Não afeta de modo algum. Evolutivamente, o homem não necessita hoje em dia da vesícula, pois se alimenta várias vezes ao dia o que torna a vesícula um órgão sub-utilizado, já que não há a necessidade de se armazenar tanta bile. Alguns pacientes, contudo, ao retirar a vesícula podem apresentar um aumento no número de evacuações no primeiro mês.

Por que a tendência de apresentar pedra na vesícula aumenta com a idade?

Na verdade muitas pessoas são portadoras de cálculos biliares, contudo não apresentam qualquer tipo de sintoma, sendo diagnosticada a "pedra" na maioria das vezes de modo incidental, nos exames de rotina (os tais "check-ups"), como tomografia e ultrassom do abdome. É preciso tomar cuidado para que o quadro não evolua, para um quadro agudo de inflamação da vesícula (colecistite aguda), quando um cálculo obstrui a saída da bile; colangite, que corresponde a uma infecção grave dos canais que levam a bile para o intestino; e até mesmo uma gangrena da vesícula.

Qual é a função da vesícula em nosso organismo? Qual é o seu tamanho e localização?

A função da vesícula biliar é armazenar bile para ajudar na digestão de gorduras. Possui tamanho aproximado de oito cm, como se fosse um pequeno figo, localizada na borda inferior do fígado, do lado direito do abdome. Existem vários tipos de cálculos (pedras), mas os dois principais são os de colesterol e os pigmentados.

Dieta rica em gorduras contribui para o aparecimento contribui para o aumento de Pedras na Vesicula

Você já ouviu falar em colelitíase? Na realidade, esse é o nome dado ao diagnóstico de pedras na vesícula biliar - uma espécie de "bolsa" que armazena a bile, antes desse líquido atuar no processo digestivo dos alimentos, principalmente das gorduras, realizado pelo intestino.

Existem vários fatores relacionados ao risco de apresentar pedras na vesícula, como a idade (a freqüência aumenta com o processo de envelhecimento), gravidez, obesidade, sexo (mais freqüente em mulheres), terapia de reposição hormonal e níveis altos de triglicérides no sangue.

Uma pessoa pode ter pedra na vesícula biliar e não saber, pois não apresenta quaisquer sintomas. A "descoberta" do problema acontece, normalmente, durante exames de rotina. "A cólica biliar, um tipo de dor constante, que se localiza na região superior direita do abdome, é o sintoma mais freqüente das pessoas que apresentam pedra na vesícula. Essa dor é, quase sempre, acompanhada de náuseas", explica Dr. Vladimir Schraibman, especialista em cirurgia geral, gastrocirurgia e único orientador de Cirurgias Robóticas da área de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein (Proctor Intuitive Robotic System). O especialista esclarece, nessa entrevista, várias questões sobre essa doença.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Pedra na vesícula afeta mais as mulheres

Um problema com difícil forma de detecção, mesmo atingindo cerca de 20% da população do País, e que faz parte do crescente grupo das chamadas doenças do século - impulsionadas por maus hábitos -, a colelitíase, ou pedra na vesícula biliar, afeta quatro mulheres para cada homem. O principal fator de risco é a alimentação desequilibrada, com muita gordura e poucas fibras. Mas as mulheres têm outro agravante: as questões hormonais.

“Principalmente mulheres com mais de 40 anos, que tiveram muitos filhos e estão acima do peso”, diz o gastroenterologista André Siqueira Matheus, da Universidade de São Paulo (USP). Ele enumera a regra dos “quatro Fs” para citar os fatores de risco: female (mulher), forty years old (40 anos), fat (obesa) e fertile (que teve grande número de gestações).

“A dieta da população ocidental é baseada em muita gordura animal - carne vermelha, leite e derivados”, explica o gastroenterologista do Hospital Albert Einstein Vladimir Schraibman. Esses alimentos são riscos em colesterol que, em excesso, podem levar à formação do cálculo na vesícula.

Segundo Schraibman, todos os dias são feitas 5 mil cirurgias do tipo no Brasil. Mas o número de pessoas que sofre do problema é maior, pois 70% dos casos não apresentam sintomas - a doença é detectada quando a pessoa vai tratar outro mal.

Sintomas

Quanto apresenta sintomas, o paciente sente dor do lado direito e embaixo das costelas e o estômago pesado. As dores podem vir acompanhadas de náuseas e vômitos. Os sintomas ocorrem principalmente após uma refeição com excesso de gordura. Se não for tratado, o cálculo pode obstruir canais que levam a bile ao intestino, provocando dor e icterícia. Se chegar ao pâncreas, causa inflamação que pode matar.