Antes de ter a apendicite diagnosticada e operada, a paciente da Fundação Santa Casa de Misericórdia, Ediene Leão, passou por três médicos e houve a suspeita que ela tivesse outras duas doenças: pedra na vesícula e inflamação no ovário. Desde que se sentiu mal pela primeira vez, com vômitos excessivos de coloração esverdeada e dores na barriga, até a cirurgia, a hoje desempregada passou por uma verdadeira via crúcis.
Agora, ela espera por outra nova cirurgia, desta vez para retirar uma bolsa de colostomia (equipamento coletor de fezes e urina externo ao corpo) da qual ficou dependente desde a primeira intervenção. Na última visita ao médico ela soube que terá que esperar mais quatro meses, data em que completará um ano desde o início do tratamento.
Ediene, de 26 anos, é o retrato da burocracia imposta a quem precisa de atendimento na rede pública de saúde. Ela, que tem duas crianças pequenas para cuidar, começou a fazer em novembro do ano passado os exames necessários à remoção da bolsa de colostomia. O resultado de um deles, o de enema opaco, a fim detectar problemas no intestino, atrasou em mais de um mês.
Ela está apreensiva em esperar mais de um ano após a primeira cirurgia, pois tem medo que o intestino pare de funcionar sem a ajuda de aparelhos, a tornando refém da bolsa de colostomia por toda a vida. 'Gostaria de poder fazer a cirurgia antes. Mas só tem data em agosto. Sei que é um procedimento simples, mas não tenho condições de pagar para fazer particular', relata. A paciente já remarcou três vezes a visita ao clínico geral em função do exame que não ficou pronto. A consulta, realizada somente ontem, ainda não lhe deu a autorização para fazer a operação.
Se a cirurgia não ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano, ela vai precisar refazer todos os exames. A expectativa é que na próxima terça-feira, Ediene consiga finalmente marcar a data, mas já foi informada pelo atendimento do hospital que só há vagas para o mês de agosto. A assessoria da Fundação Santa Casa informou que os laudos das autorizações de internações são encaminhados ao departamento de regulação da Sesma para serem autorizados e diz, ainda, que fará uma reavaliação do caso da jovem com a equipe de cirurgia do hospital.
É um absurdo que isso ocorra, me pergunto se esse tipo de coisa também acontece num país de primeiro mundo
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